Arte Natural

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Como iniciei na Pintura

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Transformação (4ª parte)

Bem, parece que estamos chegando ao "fim" da história de como iniciei nas artes plásticas, melhor dizendo, chegamos no início de onde todo o conhecimento que minha tia passou me trouxe nos dias de hoje: A pintura em tela.

Apesar de ter trabalhado ainda com minha tia utilizando o gesso, após um longo tempo sem mexer com nada de artesanato, foi em 2013, mais precisamente no mês de Agosto que voltei a pintar.
Mesmo afastado da prática de artesanato, eu estava sempre pesquisando, olhando imagens, pinturas e a vontade de fazer pintura em tela sempre voltava com a sugestão de uma melhora aos pensamentos que andaram complicados nesse período pós pintura porcelanizada e cartões de papel vegetal.
A pintura é algo que conduz a um estado interior melhor quando pintamos o que gostamos, sem pressão, sem nenhum tipo de cobrança, é algo muito relaxante. É como ouvir uma boa música, como ver o mar e sentir a brisa sem pensar nos problemas... é assim, entendeu?
Para isso acontecer também depende de nosso estado, se a gente já estiver com a cabeça transbordando de problemas fica difícil se concentrar e adentrar nesse mundo. O que faço às vezes, não, às vezes não, sempre? Coloco uma boa trilha sonora, anos 80, 90 (sem deixar de lado as boas músicas da atualidade), e isso ajuda, acredite. Outros artistas preferem o silêncio completo. Ficar isolado também me faz bem quando estou pintando. Tudo isso vai se refletir nas telas. Dessa forma passamos realmente o que está dentro de nós.
Pois bem, voltando à agosto de 2013, eu estava vivendo um ano mais agradável após muitas turbulências, e foi quando minha tia chegou com uma bela surpresa que foram as tintas acrílicas... quer dizer, não foi beeem uma surpresa já que ela, por algumas vezes nesse mesmo mês, ter falado em comprar as tintas, pediu lista de cores que, acreditem, são tonalidades que você pode nem saber que existem.

Antes mesmo de chegarem as tintas me veio o pensamento de como eu iria pintar. Digo, no tempo da pintura em tecido era mais tranquilo: tecido esticado no isopor com auxilio de alfinetes, colocava no colo e pintava até quase ficar corcunda (não acho que fiquei corcunda com isso), e quando cansava utilizava a mesa dobrável de minha tia.

Mas eu notava que aqueles artistas que eu via em filmes, novelas, imagens diversas, utilizavam um cavalete de pintura... O que fiz? Bem, eu fui procurar em lojas de produtos de pintura o cavalete, e o valor do mais simples não era o que eu esperava. Para quem estava começando o preço era desanimador, mas o que eu tinha à minha disposição...?

Aqui em minha sala tinha uma estante velha sendo comida por brocas, aqueles cupins que deixam bolinhas de madeira no chão, sabe? Era uma estante velha que ia ser jogada no lixo, estante do meu falecido pai.

O que fiz foi apelar para o intelecto, para as experiências ainda vívidas na minha mente do tempo que trabalhei com meu pai e a força de vontade em criar algo a partir dessas tábuas e, se não conseguisse, não traria nenhum prejuízo afinal era uma estante velha que seria jogada fora mesmo.

Pois bem, não lembro bem se foram 3 ou 7 dias, mas o que fiz foi desmontar essa estante, jogar as tábuas que estavam piores fora (estavam totalmente ocas), pegar parafusos que tinha a disposição, encharcar a madeira que eu utilizaria com inseticida... Depois manusear a furadeira, cola de madeira, serrote e estava eu montando o meu cavalete de pintura. De pouco em pouco, a cada dia, eu estava montando e até que era legal fazer isso, legal ver a gente criando algo, que temos essa capacidade quando queremos e, o que é melhor, estava ficando bom... Medição estava ok, mas nível nunca foi meu forte, ficou quase 100% nivelado, e na pintura isso pode vir a ser importante.

Com ajuda de uma imagem que achei na internet de um cavalete de pintura, eu estava montando o meu, e deduzindo como ficaria cada peça.

Terminada a montagem, mostrei a minha mãe, e quando minha tia viu se animou tanto que a fez logo querer comprar as tintas. Elas não acreditaram a primeira vista que eu montei o cavalete, mas não tinha como negar, elas viram meu esforço.

Montado, envernizado, estava feito meu cavalete de pintura.

Meu Cavalete de pintura
cavalete de pintura


Foram então que chegaram as tintas acrílicas e algumas telas médias (40x30cm) e pequenas (20x30). Achei que era melhor eu começar com as pequenas pois se saísse feio ou errado não teria muita perda de material.

Cavalete de pintura - tintas e acessório

Era tudo novo, nova maneira de pintar, novos efeitos de pintura, só uma coisa permanecia: luz e sombras. Se bem aplicadas transformavam em uma tela branca as simples manchas de tinta em belas imagens.

O resultado veio na tentativa da primeira tela que pintei, pequena, 20x30, uma paisagem... mas isso veremos na próxima postagem: a primeira tela com uma breve descrição da criação de cada uma delas.


Link para a primeira tela pós 4ª parte: http://paulowolfartesanatos.blogspot.com.br/2015/10/primeira-tela.html

5 comentários:

  1. Rapaz! Você construiu seu próprio cavalete para realizar seu sonho! Incrível!

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  2. :) Pois é, até algo que agente pensa estar perdido ainda pode ser aproveitado. Economizei uma bela grana no final das contas kkk

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    1. Essa economia deve ter rendido várias tintas e telas. Certamente você deve ter um trabalho extenso já produzido. Aguardando para ver as telas e como você evoluiu sendo autodidata.

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  3. irei começar postar as telas essa semana :)

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  4. É impressionante não existem obstáculos para você e faz com uma dedicação como se fosse a ultima, admirável,continue!!

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